quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Borboletas



Diz pra mim, Gabriel.
Que poder que elas tem?
Por que elas me fascinam,
e como voam tão bem?

Qual seria meu destino
se uma pousasse em mim?
Mudaria pra melhor,
continuaria assim?

Elas sempre me encantaram
parecem com animais...
Me responde, Gabriel,
borboletas são mortais?

Em sua metamorfose
vejo a mais pura riqueza.
De lagarto asqueroso
à rainha da beleza.

Sempre me considerei
um pouco semelhante a ela,
mas ainda sou lagarto...
esperando na janela.

Mas minha transformação
está sendo diferente,
ela se muda por fora.
Minha mudança é na mente.


Poetisa e louca: Hionne Mara.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Sua demência




A pautaria que eu vejo na TV.
É a mesma que eu vejo na tua cara.
Cansei de falar "eu e você".
Onde tá sua decência minha cara?

Aprenda a rir das derrotas.
Tente isso você vai se sentir bem.
Quem sabe, por uma dessas horas.
Que você percebeu que não tem ninguém.

Cadê a subtileza que comprei pra você?
Sua demência acabou com ela.
Está acabando com você.
E com seus amigos de merda.

Teu conto, é um terror.
Assusta a criancinhas inocentes.
Sem um pingo de humor.
Escreva mais, siga em frente (...)


From: aquela que não me suporta.

O santo morreu de raiva



Lá do altar tudo parece tão bem.
Até não ter mais ninguém.
A carência apavora.
A solidão não está morta.

As luzes foram apagadas.
Pra que não vejam as lagrimas.
Que escorrem nos rostos de santos.
A mesma solidão atinge a tantos.

Sem movimento não podem se jogar.
Estão com sede de amor.
E procurando quem amar.
Mais tudo que resta é a visão do altar.


A quem pense que santos não oram,
A quem pense que santos não choram,
A quem pense que santos não vivam,
A quem pense que santos não pecam.

Os ricos pedem esmola



Sem esmero pra coisas pequenas ou com esmero demais pro que não importa. Eles sem saber pedem esmolas, pra comprar, pra gastar e pra comer. Para rir, pra chorar e pra ter prazer. Eles são pobres, piores do que nós, com um mundo de atos impensáveis pela frente. Adoram por - do sol nas paredes, que custam milhões, mas esquecem que todo dia o sol se põe de graça pro mundo inteiro. Adoram abrir a boca e dizer, eu estou com a semana lotada. Cadê o tempo pra você? Cadê o tempo pro mundo? Fora perdida igual a sua dignidade e sua riqueza interior. O respeito, agora apenas uma utopia, e porque o mundo não evolui? Porque o rico os controla.





Eu tenho sede de justiça,
Ele tem sede de amor.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Dezesseis (ceús e terras)



Dezesseis horas por dia passo acordado.
Dezesseis passos dou da cama pro banho.
Dezesseis amigos se faz um festinha.
Dezesseis minutos pra se molhar na chuva.

Dezesseis não é a idade perfeita.
Por que perfeição não existe.
Existe tédio. existe tempo.
Existe vontade e paciência.
Para esperar os dezessete, dessoito.

Dezesseis noites sem amor.
Dezesseis tardes de calor.
Dezesseis cabeças pensam mais.
Dezesseis garotas e nada mais.

Dezesseis pratos quebrados no chão.
Dezesseis letras de forma minuscula.
Dezesseis experiençias e nada mais.
Dezesseis é tudo. e não é nada.

Dezesseis baloes pra poder voar.
Dezesseis reais pra vida celebrar.
Dezesseis motivos vs tem que dar.
Dezesseis lagrimas e é nisso que dá.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Difícil não incopreencivel



Não sou santo, mais revelo minha santidade.
Não sou um lixo, mais sou reciclável.
Não sou decente, mais sou humano.
Não sou real, imaginário.

Assim pra você, assim pra mim.
Não se coloca pontos onde não existe espaço.
Não se acomoda no sinal fechado.
Não se escuta aquarela, sem viajar.
Não pesa mais do que precisar.

O mundo brilha no escuro.
O meu mundo é reluzente.
O capitalismo acabou.
A consciência quebrou.
O mar se exaltou.
Não existe mais corrente.
Onde está a salvação?
Que comprei e paguei caro?
Só Deus é quem sabe (...)
Devo ter usado muita vaidade.